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Brasil responde por 1 em cada 7 novos casos de coronavírus no mundo

Brasil responde por 1 em cada 7 novos casos de coronavírus no mundo

Passados quase três meses desde o primeiro caso confirmado de coronavírus no Brasil (em 26 de fevereiro) e pouco mais de dois meses desde que foi registrada a primeira morte em decorrência da doença (17 de março), o Brasil alcançou ontem a marca de mil mortes registradas em 24 horas. Também bateu o recorde de casos notificados em um dia. O País já responde por 14%, um em cada sete, dos novos casos em todo o mundo.

Segundo o Ministério da Saúde, 17.971 pessoas perderam a vida no País por complicações da covid-19 (foram 1.179 registros nas últimas 24 horas, o maior relato até agora). O recorde anterior havia ocorrido na terça-feira passada, quando 881 novas mortes confirmadas para covid-19 foram registradas. No total, oficialmente 271.628 pessoas já foram infectadas. Houve 17.408 novos registros em 24 horas.

Apesar dos recordes, o ministério, que está sem um titular desde a saída de Nelson Teich, na última sexta-feira, usou a coletiva de imprensa de ontem para apontar somente que houve queda na doação de leite durante a pandemia. Não houve manifestação do governo sobre o crescimento dos casos.

Considerando a evolução da pandemia em todo o mundo, o Brasil parece estar se tornando o novo epicentro da doença. Na última semana (entre os dias 12 e 18), o País respondeu por algo entre 12% e 14% dos novos casos notificados em todo o mundo – dependendo da fonte, se a Organização Mundial da Saúde ou a Universidade Johns Hopkins (que tem buscado dados mais recentes da pandemia). Isso significa que a cada 7 pessoas identificadas com a doença no planeta, uma delas estava no Brasil. Os números do País, porém, são bastante subnotificados. Estudo recente feito em São Paulo, com testes de sorologia, indicou que pelo menos 5% da população da capital pode já ter se contaminado. 

Em números totais, o Brasil é o terceiro em número de casos (atrás de Estados Unidos e Rússia) e o sexto em mortes (atrás de Estados Unidos, Reino Unido, Itália, França e Espanha). Nesta semana que passou, entre as nações que ainda estão com taxas crescentes da doença, o Brasil também se destaca como aquele em que o crescimento está mais acelerado, à frente de Índia, Arábia Saudita, Peru e Rússia. Os EUA, apesar de serem o país com mais notificações no total (1,5 milhão) e ainda baterem o recorde de casos e de mortes por dia, parecem estar entrando em curva descendente, assim como ocorreu com os países europeus

Já o Brasil ainda apresenta uma taxa de transmissão crescente. Estudo feito pelo Imperial College de Londres sobre o País, publicado no dia 8, estimou que o chamado número de reprodução está acima de 1, o que significa que cada pessoa infectada está transmitindo a doença para mais de uma, o que faz com que o número de casos novos seja sempre maior. Os autores alertam que a epidemia ainda não está sob controle no Brasil e é preciso tomar medidas mais dramáticas. O lockdown vem sendo recomendado por vários pesquisadores, enquanto o governo federal deseja afrouxar o isolamento.

Fora de controle

“O número de casos está dobrando, em média, a cada 12 dias. Em dois meses, nesse ritmo, vai crescer 30 vezes”, diz o matemático Renato Pedrosa, professor do Instituto de Geociências da Unicamp, que trabalha com modelagens da expansão da doença. “Não é impossível imaginar que poderemos acabar superando os Estados Unidos em casos. Não temos política coesa do governo federal com Estados e municípios, cada um faz uma coisa diferente. A situação pode sair do controle completamente.”

Ele divulgou na semana passada um cálculo baseado na expansão observada em abril, indicando que a taxa de contágio para o Estado de São Paulo é de 1,49, e para a capital, de 1,44. O número é semelhante ao obtido no cálculo do Imperial College, de 1,47 para o Estado. Ou seja, cada 100 paulistas infectados transmitiam o novo coronavírus para quase 150 pessoas, em média – o Estado também registra recorde casos diários.

O Brasil se junta ao grupo de quatro países no mundo que superaram a marca de mil óbitos atestados para a doença em um dia. Segundo a plataforma Our World in Data, da Universidade de Oxford, apenas Estados Unidos, Reino Unido, França e China chegaram a ter mais de mil mortes confirmadas para o novo coronavírus em 24 horas.

O País, porém, foi o que levou mais tempo entre todos para chegar à marca de mil óbitos registrados em 24 horas. No 30.º dia após a primeira morte por coronavírus, o Reino Unido superou a barreira dos mil mortos em 24 horas. Já os EUA alcançaram o recorde em 33 dias. A França, por sua vez, atingiu pela primeira vez os mil mortos 50 dias após seu primeiro registro de óbito. Já o Brasil chegou aos mil mortos no 64.º dia.

Fonte: Estadão

Semana Laudato si’: construir juntos um mundo melhor

A Semana Laudato si’ faz parte de uma campanha global por ocasião do 5º aniversário da Encíclica sobre o Cuidado da Casa comum. O tema da semana é “Tudo está conectado”. A Laudato si’ é um documento escrito há cinco anos pelo Papa Francisco.

Teve início hoje, sábado (16/05), a Semana Laudato si’, uma iniciativa promovida pelo Vaticano, que se concluirá em 24 de maio, ao meio dia, hora local, com um Dia Mundial de Oração.

A Semana Laudato si’ faz parte de uma campanha global por ocasião do 5º aniversário da Encíclica sobre o Cuidado da Casa comum. O tema da semana é “Tudo está conectado”. De 16 a 24 de maio, os católicos são convidados a participar de seminários de formação on-line, interativos e colaborativos.

Numa mensagem de vídeo, divulgada recentemente, o Papa Francisco encoraja os fiéis a participar e a pensar no futuro da nossa Casa comum.

“Que tipo de mundo queremos deixar para aqueles que vêm depois de nós, para as crianças que estão crescendo?” A partir dessa pergunta, o Papa renova seu “apelo urgente a fim de responder à crise ecológica, ao grito da terra e ao grito dos pobres que não podem mais esperar. Cuidemos da criação, presente do nosso bom Deus criador. Celebremos juntos a Semana Laudato si’. Que Deus os abençoe e não se esqueçam de rezar por mim”, afirma o Papa na videomensagem.

Brasil

No Brasil, a 350.org está potencializando a luta pela chamada casa comum e sua proteção. Em uma campanha digital, a organização quer alertar as pessoas sobre a conexão de tudo que nos cerca. A ação dura até o dia 5 de junho de 2020, quando é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente.

Para o 5 de junho, às 20h, horário de Brasília, a 350.org convida a todos que acendam uma vela e coloquem na janela de suas casas para sinalizar sua preocupação e cuidado com a casa comum e a saúde da humanidade.

Para Renan Andrade, gestor ambiental e coordenador do programa Fé, Paz e Clima da 350.org no Brasil, o momento mundial pede essa reflexão. “Propusemos uma vigília porque todos precisamos de um momento de reflexão. Precisamos que as pessoas se unam em uma grande corrente de fé e cuidem umas das outras, cuidem do planeta, do próximo e todas as formas de vida. Tudo está interligado, como disse o Papa Francisco na Laudato si`. A pandemia que o mundo enfrenta, hoje, confirma isso”, afirmou Andrade.

Veja, a seguir, a mensagem do Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, sobre a Semana Laudato si’.

Com informações do Vaticano

Em meio ao coronavírus, emissões de CO2 da Índia caem pela primeira vez em quatro décadas

Em meio ao coronavírus, emissões de CO2 da Índia caem pela primeira vez em quatro décadas

Uma desaceleração econômica, o crescimento de energia renovável e o impacto do Covid-19 levaram à primeira redução ano a ano nas emissões de CO2 da Índia em quatro décadas. As emissões caíram cerca de 1% no ano fiscal encerrado em março de 2020, com o consumo de carvão diminuindo e o consumo de petróleo, nivelado.

O declínio nas emissões reflete os ventos contrários que já afetam a economia indiana desde o início de 2019 e aumentam a geração de energia renovável. Mas nossa análise dos dados oficiais indianos em todo o ano fiscal de 2019-20 do país mostra que a queda se acentuou em março, devido a medidas para combater a pandemia de coronavírus. As emissões de CO2 do país caíram cerca de 15% durante o mês de março e provavelmente caíram 30% em abril.

Assim como o impacto global da pandemia de CO2, as perspectivas de longo prazo para as emissões da Índia serão moldadas, em grau significativo, pela resposta do governo à crise. Essa resposta está começando a surgir – como descrito abaixo – e terá implicações importantes a longo prazo nas emissões de CO2 da Índia e na trajetória da qualidade do ar.

Carvão com impacto da demanda

Como o menor crescimento da demanda por energia e a concorrência de fontes renováveis ​​enfraqueceram a demanda por geração de energia térmica nos últimos 12 meses, a queda em março foi suficiente para empurrar o crescimento da geração para menos de zero no ano fiscal encerrado em março, a primeira vez que isso aconteceu em três décadas.

Na década anterior, a geração de energia térmica cresceu em média 7,5% ao ano. Como visto na figura abaixo, a queda dramática na demanda total de energia foi totalmente suportada pelos geradores à base de carvão, ampliando o impacto nas emissões.

A geração de energia a carvão caiu 15% em março e 31% nas três primeiras semanas de abril, com base em dados diários da rede nacional. Por outro lado, a geração de energia renovável (ER) aumentou 6,4% em março e teve uma ligeira queda de 1,4% nas três primeiras semanas de abril.

A queda na demanda total de carvão se estende além do setor de energia e é evidente nos dados sobre o suprimento de carvão. No ano fiscal encerrado em março, as vendas de carvão do principal produtor de carvão, Coal India Ltd, caíram 4,3%, enquanto as importações de carvão aumentaram 3,2%, implicando que as entregas totais de carvão caíram 2% e sinalizando a primeira queda anual do consumo em duas décadas.

A tendência se acentuou em março, com as vendas de carvão caindo 10%, enquanto as importações de carvão caíram 27,5% em março, o que significa que as entregas totais de carvão aos usuários finais caíram 15%, em linha com a redução na geração de energia.

Em março, a produção de carvão aumentou 6,5%, mesmo com as vendas caindo um valor recorde. Além disso, durante o ano inteiro, mais carvão foi extraído do que vendido, indicando que o motivo da queda foi do lado da demanda.

Demanda de petróleo: de fraca a negativa

Semelhante à demanda de eletricidade, o consumo de petróleo está diminuindo desde o início de 2019. Isso agora é agravado pelo impacto dramático das medidas de bloqueio do Covid-19 no consumo de petróleo no transporte. Durante o bloqueio nacional, o consumo de petróleo caiu 18% em março de 2020.

Como resultado da baixa demanda devido ao surto de coronavírus e do crescimento da demanda já mais lento no início do ano, o consumo durante o fiscal cresceu 0,2%, o mais lento em pelo menos 22 anos. O consumo de gás natural aumentou 5,5% nos primeiros 11 meses do ano fiscal, mas espera-se uma queda de 15 a 20% durante o bloqueio.

A produção de petróleo na Índia diminuiu 5,9% em comparação com o ano fiscal passado e uma queda de 5,2% foi observada na produção de gás natural durante o mesmo período. A produção da refinaria – em termos de petróleo bruto processado – também caiu 1,1% no último ano financeiro, em comparação com 2018-19.

A produção de aço bruto caiu 22,7% em março de 2020 em relação ao mês anterior e, cumulativamente, o exercício financeiro de 2019-20 registrou uma queda de 2,2% em relação ao ano passado, segundo dados do Ministério do Aço.

Emissões de CO2 caem 30% em abril

Usando os indicadores acima para o consumo de carvão, petróleo e gás, estimamos que as emissões de CO2 caíram 30 milhões de toneladas de CO2 (MtCO2, 1,4%) no ano fiscal encerrado em março, no que provavelmente foi o primeiro declínio anual em quatro décadas.

Leia a reportagem completa aqui.

MP investiga demora na implantação de Política de Mudanças Climáticas

MP investiga demora na implantação de Política de Mudanças Climáticas

Na última segunda-feira (11/5), a 1ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural (Prodema) instaurou um inquérito civil público (ICP) para apurar quais são as medidas tomadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para cumprir a Política de Mudanças Climáticas do DF. O prazo para a resposta ao Ministério Público é de 20 dias.

A ação tem o objetivo de  investigar a demora da implementação do Acordo de Paris, que visa reduzir a emissão de gases de efeito estufa e proteger a saúde, o meio ambiente e os recursos hídricos da capital. A ICP visa também monitorar as normas federais, que incorporaram no Brasil as disposições internacionais. No DF, há uma legislação específica desde 2008, mas não está sendo cumprida. 

Segundo o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), é importante estabelecer medidas para o gerenciamento de resíduos sólidos, do uso e ocupação do solo, de contratação sustentável, das áreas protegidas e das unidades de conservação. Além disso, a demora para a implementação prejudica a população do DF porque dificulta o processo de diminuição de emissões de gás de efeito estufa.

A Secretaria de Meio Ambiente (SEMA/DF) deve esclarecer se a Câmara Técnica de Clima no Conselho de Meio Ambiente do DF (Conam) encontra-se em funcionamento, quais atividades desenvolve, a composição, a formação dos integrantes e se o grupo apreciou alguma questão. 

O Departamento de Trânsito do DF (Detran) precisa informar se há campanha educativa sobre a carona solidária, instituída pela Lei Distrital 5.051/2013. Caso exista, o MPDFT solicitada dados a respeito de campanhas e se há planejamento para implementar novos projetos sobre o assunto.

Também devem prestar esclarecimentos o Instituto Brasília Ambiental (Ibram); o Sindicato das Concessionárias e Distribuidoras de Veículos do DF; a Agência Reguladora de Água, Energia e Saneamento do DF (Adasa); a Companhia Energética de Brasília (CEB); e as secretarias de Transporte e Mobilidade, Desenvolvimento Urbano e Habitação, Administração Pública e Fazenda.

Acordo internacional
A Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), instituída pela Lei 12.187/2009, oficializa o compromisso voluntário do Brasil com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre mudança do clima e redução de emissões de gases de efeito estufa. Cada estado tem uma política para mudanças climáticas de acordo com as suas especificidades. 

Fonte: Correio Braziliense

Brasileiros reconhecem que mudanças climáticas são tão sérias quanto o coronavírus

Brasileiros reconhecem que mudanças climáticas são tão sérias quanto o coronavírus

Para 71% da população do Brasil, as alterações climáticas no mundo, no longo prazo, são uma crise tão séria quanto a pandemia de Covid-19. Esse é o principal resultado da pesquisa ‘Earth Day 2020’, realizada pela Ipsos, por meio da plataforma Global Advisor, com 14 nações. O índice dos entrevistados brasileiros reflete perfeitamente a percepção global, também de 71%.

A China, um dos países mais impactados pelo surto de coronavírus, está no topo do ranking entre os que mais acreditam que as mudanças no clima representam um problema de mesma gravidade da pandemia, com 87% de concordância com a premissa. Em segundo lugar, vem o México, com 84%. Logo atrás, está a Índia (81%).

Em contrapartida, Canadá (64%), Austrália (59%) e Estados Unidos (59%) são as nações que menos concordam que as alterações climáticas sejam uma crise tão séria quanto a pandemia.

O levantamento também apontou que 65% dos entrevistados no mundo acreditam que os governos de seus países devem priorizar ações de combate às mudanças climáticas durante a recuperação econômica após a Covid-19. Considerando apenas os brasileiros, são 66%.

Índia (81%), México (80%) e China (80%), novamente, são as nações que mais concordam com a afirmativa. Por outro lado, os participantes australianos, alemães e americanos, com 57% de concordância cada um, mostraram um menor grau de interesse nas iniciativas futuras de seus governos em respeito às alterações climáticas.

Apesar de as mudanças no clima serem uma pauta importante em diversos países – como mostrou o estudo -, para quase metade dos ouvidos globalmente, o tema não deve se sobrepor à retomada econômica. Entre todos os entrevistados das 14 nações, 44% acreditam que seus governos devem focar primeiro em ajudar a economia a se recuperar, mesmo que isso signifique tomar certas atitudes que tenham impacto negativo ao meio ambiente.

No Brasil, apenas 37% concordam com a afirmativa. Índia (63%), Rússia (55%), e Austrália (50%) são as nações que mais acreditam que o desempenho econômico deve vir em primeiro lugar, mesmo que seja necessário causar dano o meio ambiente. Os países com menor índice de concordância são Alemanha (36%), França (35%) e Japão (35%).

Investidores pedem que Total amplie meta climática de zerar emissões

Investidores pedem que Total amplie meta climática de zerar emissões

Investidores da Total receberam bem as novas metas da petroleira em relação às mudanças climáticas, mas vão manter pressões com uma resolução que pede que a empresa faça mais no que diz respeito ao tema.

A Total anunciou na terça-feira que planeja atingir emissões líquidas zero em suas operações e em produtos vendidos a consumidores na Europa no máximo até 2050.

Os investidores disseram desejar que a Total amplie seu alvo de emissões líquidas zero em produtos de energia para consumidores de todo o mundo, e não apenas da Europa, e solicitaram um plano de ação detalhado.

Fonte: Reuters