Para 71% da população do Brasil, as alterações climáticas no mundo, no longo prazo, são uma crise tão séria quanto a pandemia de Covid-19. Esse é o principal resultado da pesquisa ‘Earth Day 2020’, realizada pela Ipsos, por meio da plataforma Global Advisor, com 14 nações. O índice dos entrevistados brasileiros reflete perfeitamente a percepção global, também de 71%.
A China, um dos países mais impactados pelo surto de coronavírus, está no topo do ranking entre os que mais acreditam que as mudanças no clima representam um problema de mesma gravidade da pandemia, com 87% de concordância com a premissa. Em segundo lugar, vem o México, com 84%. Logo atrás, está a Índia (81%).
Em contrapartida, Canadá (64%), Austrália (59%) e Estados Unidos (59%) são as nações que menos concordam que as alterações climáticas sejam uma crise tão séria quanto a pandemia.
O levantamento também apontou que 65% dos entrevistados no mundo acreditam que os governos de seus países devem priorizar ações de combate às mudanças climáticas durante a recuperação econômica após a Covid-19. Considerando apenas os brasileiros, são 66%.
Índia (81%), México (80%) e China (80%), novamente, são as nações que mais concordam com a afirmativa. Por outro lado, os participantes australianos, alemães e americanos, com 57% de concordância cada um, mostraram um menor grau de interesse nas iniciativas futuras de seus governos em respeito às alterações climáticas.
Apesar de as mudanças no clima serem uma pauta importante em diversos países – como mostrou o estudo -, para quase metade dos ouvidos globalmente, o tema não deve se sobrepor à retomada econômica. Entre todos os entrevistados das 14 nações, 44% acreditam que seus governos devem focar primeiro em ajudar a economia a se recuperar, mesmo que isso signifique tomar certas atitudes que tenham impacto negativo ao meio ambiente.
No Brasil, apenas 37% concordam com a afirmativa. Índia (63%), Rússia (55%), e Austrália (50%) são as nações que mais acreditam que o desempenho econômico deve vir em primeiro lugar, mesmo que seja necessário causar dano o meio ambiente. Os países com menor índice de concordância são Alemanha (36%), França (35%) e Japão (35%).
Investidores da Totalreceberam bem as novas metas da petroleira em relação às mudanças climáticas, mas vão manter pressões com uma resolução que pede que a empresa faça mais no que diz respeito ao tema.
A Total anunciou na terça-feira que planeja atingir emissões líquidas zero em suas operações e em produtos vendidos a consumidores na Europa no máximo até 2050.
Os investidores disseram desejar que a Total amplie seu alvo de emissões líquidas zero em produtos de energia para consumidores de todo o mundo, e não apenas da Europa, e solicitaram um plano de ação detalhado.
Pesquisa inédita identificou a presença de coronavírus no esgoto despejado no Ribeirão Arrudas e no Ribeirão do Onça, nos municípios de Belo Horizonte e de Contagem, em Minas Gerais. Conforme coletas realizadas entre 13 a 24 de abril, o vírus causador da covid-19 foi encontrado em oito de 26 amostras examinadas, equivalente a 31%.
Das oito amostras positivas para coronavírus, três foram coletadas na sub-bacia do Ribeirão Arrudas e cinco na sub-bacia do Ribeirão do Onça. Não há evidências científicas de que a doença possa ser transmitida por água atingida pelo esgoto. O monitoramento fornece, no entanto, informação estratégica para os gestores da saúde pública sobre as áreas e regiões com risco de maior incidência de transmissão.
O estudo também encontrou outro resultado neste sentido revelado no final de abril, quando a Fiocruz anunciou ter encontrado o vírus em esgotos de Niterói, no Rio de Janeiro. A pesquisa terá duração de dez meses e envolve o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (UFMG), a Agência Nacional de Águas (ANA), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
No primeiro ano do governo do presidente JairBolsonaro, a Amazônia registrou o maior volume de desmatamento causado por garimpo desde que o dado começou a ser computado, em 2015. Relatório elaborado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) obtido com exclusividade pelo GLOBO mostra que, em 2019, os garimpos na região foram responsáveis pelo desmatamento de uma área de 10,5 mil hectares de florestas, um aumento de 23% em relação a 2018, quando foram desmatados 8,5 mil hectares. A área destruída por garimpeiros em 2019 equivale a mais de 10 mil campos de futebol.
A Justiça Federal do Espírito Santo deu prazo de 15 dias para que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, explique suas razões para anistiar os proprietários rurais que destruíram porções da Mata Atlântica. Com a autorização, a retomada da produção rural nesses locais foi autorizada.
A decisão de Salles se deu em meio à pandemia do novo coronavírus no Brasil, quando ele assinou, em 6 de abril, um despacho que reconhece como áreas consolidadas as APPs (Áreas de Preservação Permanentes) desmatadas e ocupadas até julho de 2008.
O governador Helder Barbalho sancionou a Lei 9.048, de 29 de abril de 2020, que institui a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas do Pará definindo princípios, diretrizes, objetivos e instrumentos necessários. O ato foi publicado no Diário Oficial desta segunda-feira (04) e destaca que os municípios, ao implementarem as políticas e planos sobre o tema, devem seguir esta lei.
Entre os princípios destacam-se o acesso à informação, com transparência e disponibilização dos dados ambientais; educação ambiental voltada à preservação do meio ambiente, de uso comum do povo, indispensável à sadia qualidade de vida; participação por meio de cooperação entre poderes públicos a coletividade; poluidor-pagador, que deve assumir a responsabilidade de pagar custos decorrentes de danos ambientais e outros princípios estabelecidos na lei.
A Lei define que as diretrizes para a implementação da Política Estadual sobre Mudanças Climáticas no Pará envolvem a adoção de medidas para reduzir os efeitos adversos de mudança do clima e a vulnerabilidade dos sistemas ambiental, social, cultural e econômico; a conservação da cobertura vegetal e o combate à destruição de áreas de vegetação natural remanescente; cooperação com todas esferas de governo, comércio, indústria, organizações não governamentais, indígenas, quilombolas, povos e comunidades tradicionais, produtores e trabalhadores rurais, institutos de pesquisa e demais interessados na implementação dessa política; incentivo ao uso de energias sustentáveis e outras atitudes para o desenvolvimento sustentável estão listadas no documento.
Nos objetivos da Política, estão ressaltados o apoio à pesquisa e à promoção do uso de tecnologias para enfrentamento às mudanças climáticas; compatibilizar o desenvolvimento econômico às políticas de redução de emissões de gases de efeito estufa e substituir, gradativa e de forma racional, as fontes energéticas fósseis. O etnomapeamento e o etnozoneamento das terras indígenas, quilombolas e de povos tradicionais são determinados como objetivos na Lei, e outros resultados almejados.
Criação
A Lei cria ainda o Sistema Estadual sobre Mudanças Climáticas (Semuc) para implementar a Política instituída pelo Governo. O Semuc é integrado pelo Comitê Gestor do próprio sistema; pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos (CERH) e o de Meio Ambiente (Coema), Corpo de Bombeiros, Fóruns Municipais de Mudanças Climáticas, Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (IdeflorBio) e Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), cada um com suas atribuições específicas.
Os instrumentos que compõem a Política são definidos como de gestão pública, de educação, pesquisa e inovação; de transparência e comunicação; econômicas, financeira e fiscais; e o Plano Estadual sobre Mudanças Climáticas, que deve ser formulado e executado no prazo de três anos, a contar da data da publicação da Lei.
A Lei também cria o Núcleo de Monitoramento Hidrometeorológico e a Diretoria de Bioeconomia, Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais, diretamente subordinados à Secretaria Adjunta de Gestão de Recursos Hídricos e Clima, na estrutura da Semas, para também atuarem nos trabalhos necessários à implementação da Política Estadual sobre Mudanças Climáticas.
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