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Oil spill in the northeast completes 4 years

Oil spill in the northeast completes 4 years

Episode that took place in 2019 reaches another year without proper responsibility

On August 30, 2019, the country witnessed what would be a milestone in the disastrous environmental performance of the past government. On that date, several oil slicks reached the coast of Paraíba. The compound affected the local fauna and flora, contaminating several species. The economy and the health of the population also suffered as a result.

The oil, which affected 130 municipalities spread across 11 coastal states, contaminated more than a thousand locations. Among them were more than 50 environmental conservation units. At the time, current federal deputy Ricardo Salles (PL) was in charge of the Ministry of the Environment. He was the one who wanted to “pass the buck” on environmental issues while the media was preoccupied with Covid-19 and last Monday, 28, Bolsonaro’s former minister became a defendant, through a complaint by the Federal Public Prosecutor’s Office, accused of being part of a criminal organization with a “serious scheme to facilitate the smuggling of forest products”. In addition to Salles, the former president of IBAMA, Eduardo Bim, and 21 other people are also defendants.

To investigate who was responsible for the oil spill, the Oil Commission was set up in 2019. The commission was interrupted due to the Coronavirus pandemic and only resumed in 2021, when it was closed without a final report defining the culprits. This year, MPs submitted a request to extend the CPI, but the ruling base at the time of the spill worked together to prevent it from moving forward.

In December 2021, the Federal Police named the Greek oil tanker Bouboulina, owned by Delta Tanker, as the culprit in the spill. The owners of the company, the ship’s captain and chief engineer, were charged with pollution, failure to comply with environmental obligations and damaging conservation units.

The government’s failure to act to contain the worsening problem was evident. There was a long delay in implementing the National Oil Incident Contingency Plan (PNC). After the first reports of oil appearing on the beaches of Paraíba, the chronology was as follows:

 

  • September 25, 2019: IBAMA issues the first official note on the stains. By then, 108 locations had already been affected.
  • October 05, 2019: Ricardo Salles, via social media, makes his first mention of the case.
  • October 11, 2019: The operational coordinator is activated by Salles to monitor the situation, this is the first act of the PNC. There were 155 sites affected.
  • October 14, 2019: First mention of the Monitoring and Evaluation Group (GAA). Composed of Ibama, the Navy and the ANP.

 

The negligence and delay in reaction was so great that the population, along with civil society organizations, had to mobilize to clean up the toxic waste on the beaches and protest. Many families and businesses whose livelihoods depend on the coast – such as fishermen and shellfish gatherers – worked to do this, as their livelihoods were under threat. Tourism was hit hard by the pollution. People didn’t have the minimum Personal Protective Equipment (PPE) to help with their work. According to IBAMA, the health of 144,000 artisanal fishermen in the Northeast was at risk. Outside of these figures, the states of Espírito Santo and Rio de Janeiro were also affected.

Direct contact with crude oil can cause skin problems, breathing problems, headaches and vomiting. The Federal Chemistry Council said in an official statement that:

“The polyaromatic hydrocarbons (PAHs) present in crude oil and its derivatives belong to a group of semi-volatile organic compounds that are among the most toxic compounds in oil in this state and can cause serious health problems, such as cancer”.

Four years on, the situation still has no definitive answers. The tragedy left major consequences for the coastal population and for Brazil’s fauna and flora. In addition, the Federal Police estimated R$525.3 million in damages caused by the oil spill.

The ARAYARA International Institute and other civil society organizations came together to help the affected communities. Even today, studies are being carried out and published in various scientific journals to assess the consequences of the spill. As long as oil companies are not held accountable and there is no serious analysis of how to reduce the use of oil and gas in the world, situations like the one seen in 2019 will continue to happen.

The year after the tragedy on the northeastern coast, ARAYARA joined more than 120 organizations in calling for the cancellation of an auction of oil and gas exploration areas in Brazil. The auctions promoted by the ANP continue to offer sensitive areas to this day. They are expanding their offers in complete disregard of public hearings, scientific arguments and the protests of people whose lives are at risk. ARAYARA has already managed to withdraw hundreds of blocks from these auctions through Public Civil Actions (ACP’s), but the fight continues!

There is currently pressure to start oil exploration at the mouth of the Amazon River, including a favorable opinion from the Federal Attorney General’s Office (AGU). IBAMA and the Ministry of the Environment have already stated that without an Environmental Assessment of the Sedimentary Area – AAAS – the operating license will not be granted. The ARAYARA International Institute continues to fight to prevent the oil blocks off the Amazon coast from being exploited, as well as various sensitive areas from north to south, such as the paradisiacal Fernando de Noronha and Florianópolis. 

ARAYARA stresses that oil belongs underground. We cannot allow situations like the one in 2019 to happen again, because as well as visible pollution, the planet is suffering from the climate crisis made worse by the burning of fossil fuels. What Brazil needs is a Just Energy Transition to gradually replace polluting sources and turn the country into a model of sustainable development. Watch the video published by ARAYARA to remember the case.

Oil spill in the northeast completes 4 years

Derramamento de petróleo no nordeste completa 4 anos

Episódio ocorrido em 2019 chega a mais um ano sem a devida responsabilização

Em 30 de agosto de 2019, o país assistia aquele que seria um marco na desastrosa atuação ambiental do governo passado. Nesta data, chegou à costa da Paraíba diversas manchas de petróleo. O composto afetou a fauna e a flora local, contaminando diversas espécies. De carona, a economia e a saúde da população também foi prejudicada.

 

O óleo, que atingiu 130 municípios espalhados por 11 estados costeiros, contaminou mais de mil localidades. Entre elas, estavam mais de 50 unidades de conservação ambiental. Na ocasião, estava no comando do Ministério do Meio Ambiente o atual deputado federal Ricardo Salles (PL). Ele é quem queria “passar a boiada” dos assuntos ambientais enquanto a mídia estava preocupada com o Covid-19 e na última segunda-feira, 28, o ex-ministro de Bolsonaro se tornou réu, através de uma denúncia do Ministério Público Federal, acusado de ser parte de uma organização criminosa com um “grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais”. Além de Salles, o ex-presidente do IBAMA, Eduardo Bim, e outras 21 pessoas também são rés.

 

Para investigar os responsáveis pelo derramamento de petróleo, instaurou-se a CPI do Óleo ainda em 2019. A comissão foi interrompida devido à pandemia do Coronavírus e foi retomada apenas em 2021, quando foi encerrada sem um relatório final que definisse os culpados. Neste ano, deputados apresentaram um pedido de prorrogação da CPI, mas a base governista da época do derramamento se articulou para que ela não avançasse.

 

Em dezembro de 2021, a Polícia Federal apontou o navio petroleiro grego Bouboulina, da empresa Delta Tanker, como o culpado pelo derramamento. Os donos da empresa, o capitão e o chefe de máquinas da embarcação, foram acusados dos delitos de poluição, descumprimento de obrigação ambiental e dano a unidades de conservação.

 

O descaso da atuação do governo para conter o agravamento do problema foi evidente. Houve um grande atraso para acionar o Plano Nacional de Contingência de Incidentes com Óleo (PNC). Depois dos primeiros relatos de aparecimento de petróleo nas praias da Paraíba, a cronologia foi a seguinte:

  • 25 de setembro de 2019: IBAMA emite a primeira nota oficial sobre as manchas. Até então, 108 localidades já haviam sido afetadas.
  • 05 de outubro de 2019: Ricardo Salles, por rede social, faz sua primeira menção ao caso.
  • 11 de outubro de 2019: O coordenador operacional é acionado por Salles para acompanhar a situação, este é o primeiro ato do PNC. Acumulavam-se 155 locais atingidos.
  • 14 de outubro de 2019: Primeira menção ao Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA). Sendo composto por Ibama, Marinha e ANP.

 

A negligência e atraso na reação foi tão grande, que a população, junto com organizações da sociedade civil, tiveram que se mobilizar para limpar os resíduos tóxicos nas praias e protestar. Muitas famílias e negócios que têm sua subsistência dependente da costa – como pesqueiros e marisqueiros – trabalharam nisso, pois estavam com suas existências ameaçadas.

 

O turismo foi duramente afetado com a poluição. As pessoas não tinham os mínimos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para auxiliar no trabalho. Segundo o IBAMA, a saúde de 144 mil pescadores artesanais do Nordeste estava em risco. Fora desses dados, ainda havia os estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, que também foram afetados.

 

O contato direto com petróleo bruto pode causar problemas de pele, de respiração, dores de cabeça e vômitos. O Conselho Federal de Química apontou em nota oficial que:

“Os hidrocarbonetos poliaromáticos (HPA) presentes no petróleo bruto e seus derivados pertencem a um grupo de composto orgânicos semivoláteis que estão entre os compostos mais tóxicos do óleo nesse estado e podem causar problemas sérios de saúde, como câncer”.

 

Nesses quatro anos, a situação ainda não tem respostas definitivas. A tragédia deixou grandes consequências para a população costeira e para a fauna e flora do Brasil. Além disso, a Polícia Federal estimou R$525,3 milhões de danos causados pelo vazamento de óleo.

 

O Instituto Internacional ARAYARA e demais organizações da sociedade civil se uniram para auxiliar as comunidades afetadas. Ainda hoje, estudos estão sendo feitos e divulgados em diversas revistas científicas para dimensionar as consequências do derramamento. Enquanto não houver a devida responsabilização de petroleiras e uma séria análise sobre a redução da utilização de petróleo e gás no mundo, situações como a vista em 2019 seguem acontecendo.

 

No ano seguinte à tragédia na costa nordestina, a ARAYARA se juntou a mais de 120 organizações demandando o cancelamento de um leilão de áreas de exploração de petróleo e gás no Brasil. Os leilões promovidos pela ANP continuam ofertando áreas sensíveis até hoje. Estão ampliando suas ofertas ignorando completamente as audiências públicas, argumentos científicos e protestos de pessoas que têm suas vidas colocadas em risco. A ARAYARA já conseguiu retirar, através de Ações Civis Públicas (ACP’s), centenas de blocos desses leilões, mas a luta continua!

 

Atualmente, há pressão para iniciar a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, inclusive com um parecer favorável da Advocacia-Geral da União (AGU) às atividades. O IBAMA e o Ministério do Meio Ambiente já declararam que sem a realização da Avaliação Ambiental de Área Sedimentar – AAAS – a licença de operação não será concedida. O Instituto Internacional ARAYARA segue lutando para que os blocos de petróleo da costa amazônica não possam ser explorados, além de diversas áreas sensíveis de norte a sul, como as paradisíacas Fernando de Noronha e Florianópolis.

 

A ARAYARA reforça que o lugar do petróleo é debaixo da terra, não podemos permitir que situações como a de 2019 se repitam, pois além da poluição visível, o planeta sofre com a crise climática agravada pela queima de combustíveis fósseis. O que o Brasil precisa é uma Transição Energética Justa para substituir gradualmente as fontes poluidoras e tornar o país um modelo de desenvolvimento sustentável. Assista aqui o vídeo publicado pela ARAYARA para relembrar o caso.

Instituto Arayara realiza debates essenciais nos Diálogos Amazônicos para questões críticas na pré-Cúpula da Amazônia em Belém do Pará. Confira!

Instituto Arayara realiza debates essenciais nos Diálogos Amazônicos para questões críticas na pré-Cúpula da Amazônia em Belém do Pará. Confira!

Belém, Pará – 3 de agosto de 2023 – O Instituto Arayara, em parceria com o Instituto Mapinguari, Observatório do Marajó, Plataforma CIPÓ, Engajamundo, Movimento Escazú Brasil, Coalizão Não Fracking Brasil, Purpose Brasil e outras organizações ambientais e comunitárias, convidam para as mesas nos Diálogos Amazônicos, um evento imperdível que acontecerá entre os dias 4 e 6 de agosto, em Belém, no Pará. A iniciativa visa discutir e promover soluções para os desafios ambientais que impactam a região amazônica e o planeta.

 

O que são os Diálogos Amazônicos?

Os Diálogos Amazônicos, parte da Cúpula da Amazônia, são um conjunto de atividades organizadas pela sociedade civil, que ocorrerão entre 4 e 6 de agosto, no Hangar Centro de Convenções, em Belém (PA). O evento visa reunir representantes de diversas entidades, movimentos populares, universidades, centros de pesquisa e agências governamentais do Brasil e países vizinhos, para elaborar estratégias inovadoras para a região amazônica. Os resultados desses diálogos serão apresentados aos líderes políticos durante o encontro presidencial dos países amazônicos, agendado para os dias 8 e 9 de agosto na mesma cidade, com obejetivo de impulsionar a articulação de propostas voltadas ao desenvolvimento sustentável.

 

Escazú Agora! A ratificação do Acordo de Escazú e a Defesa da Vida

No dia 4 de agosto, às 18h na Sala 9, jovens ativistas e representantes do Movimento @escazubrasil conduzirão uma conversa sobre o papel das juventudes na ratificação e implementação do Acordo de Escazú. Este acordo é fundamental para a proteção dos defensores do meio ambiente e para a cooperação entre países latino-americanos e caribenhos na luta contra crimes ambientais e pela preservação das comunidades amazônicas.

Os convidados,  Plataforma CIPÓ, NUPEF, Movimento Escazú Brasi, Engajamundo, Terrazul, Secretaria Nacional de Juventude e CONJUCLIMA, compartilharão suas experiências e insights sobre como as juventudes têm desempenhado um papel fundamental na disseminação do tema do Acordo de Escazú para a sociedade civil em outros países, impulsionando sua implementação imediata e efetiva.

 

Fracking: O que é e por que devemos nos preocupar?

Em 5 de agosto, às 10h, o Instituto Arayara e a Coalizão Não Fracking Brasil trarão um debate crucial sobre os impactos do fraturamento hidráulico na Amazônia. Com mais de 10 anos de experiência de trabalho no tema com comunidades locais e internacionais, a iniciativa visa conscientizar sobre os riscos e danos associados à técnica de exploração de gás natural, além de propor alternativas sustentáveis para garantir um desenvolvimento justo e ambientalmente seguro.

 

Um olhar sobre as Mudanças Climáticas na Costa Norte e Nordeste do Brasil! 

No dia 6 de agosto, às 8h, especialistas do Instituto Arayara, Instituto Mapinguari, Observatório do Marajó e Purpose apresentarão uma análise detalhada dos impactos do aumento do nível do mar, da salinização das águas e do aumento da temperatura no litoral da Costa Norte e Nordeste do Brasil. Os planos de adaptação das cidades litorâneas diante dos desafios do El Niño também serão discutidos, proporcionando uma visão crucial para o futuro da região e do clima global.

 

Adiar ou acelerar o fim do mundo? Entenda a ameaça do petróleo e gás na Amazônia!

No dia 6 de agosto, a partir das 18h, na Sala 308, Mirante do Rio da UFPA, acontecerá este  debate importante que busca ampliar a conscientização sobre a ameaça do petróleo e gás na Amazônia. Sob a realização da ARAYARA.org e em colaboração com parceiros Instituto Mapinguari, Observatório do Marajó, Purpose Brasil e CONAP, e convidados da COICA (Coordenadoria das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica) e Ambiente y Sociedad/Colômbia, esta iniciativa visa destacar os desafios prementes enfrentados pelos povos da Costa Amazônica e os perigos da exploração insustentável de combustíveis fósseis em seus territórios.

 

O evento busca amplificar as vozes do norte, denunciando violações dos direitos dos povos da Costa Amazônica e a exploração predatória de combustíveis fósseis em seus territórios. Promover a conscientização climática com discussões sobre os riscos da exploração de petróleo na margem equatorial amazônica. Na defesa dos direitos, abordará violações à democracia e aos direitos dos povos e da natureza. Buscará fortalecer a resistência com líderes indígenas e defensores ambientais compartilhando experiências e soluções sustentáveis. 

 

Ato de Rua #AmazôniaLivreDePetróleo e #SalveaCostaAmazônica
No domingo, 6 de agosto às 11h, último dia  dos Diálogos Amazônicos, haverá um ato de rua no Hangar, Belém, PA, sinalizando contra os avanços da exploração petróleo e gás em terra e também no mar. Os participantes exigirão ações concretas dos líderes da região para proteger a biodiversidade, as populações tradicionais e o clima, banindo os combustíveis fósseis e promovendo um desenvolvimento sustentável e justo para a Amazônia.

 

O Instituto Arayara convida a imprensa, ativistas, comunidades locais e o público em geral a participar desses eventos transformadores. Vamos unir forças para preservar a Amazônia e defender a vida!

 

Local: Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia
Endereço: Av. Dr. Freitas, s/n – Marco, Belém – PA, 66095-490

 

Para mais informações, entre em contato:
Instituto Arayara
E-mail: sara.ribeiro@arayara.org
Redes Sociais: @arayaraoficial

Arayara, em defesa da vida na Amazônia!