+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Paralisação da economia devido ao coronavírus reduz as emissões de CO2 na China

O surto do novo coronavírus já causou mais de 2.100 mortes em diversos países e paralisou a economia chinesa tem assustado todo o mundo. Houve, na China, forte queda na demanda por carvão e petróleo após o início da epidemia e isso causou uma queda de pelo menos 25% nas emissões de CO2 em comparação com o mesmo período do ano passado (de 3 a 16 de fevereiro 2019). A informação é do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA) da Finlândia.

Mesmo que momentânea, a redução representa uma diminuição de aproximadamente 100 milhões de toneladas, ou 6% das emissões globais durante o mesmo período.

No início de fevereiro, pesquisadores do Instituto Meteorológico Finlandês já revelaram que a qualidade do ar mostrava uma melhora acentuada na região, no meio da quarentena pelo coronavírus e a queda da atividade nos feriados do Ano Novo Lunar, que começaram em 25 de janeiro.

Poluição por retaliação
No entanto, ambientalistas argumentam que a redução pode ser temporária e que um estímulo das autoridades, focado na infraestrutura após o surto, poderia reverter os supostos ‘ganhos’ ambientais. Isso porque as fábricas podem (e devem) querer recuperar o tempo perdido em função da epidemia.

Índia: as crianças que trabalham no “inferno” de carvão de Jharia

Por entre a fumaça tóxica, centenas de crianças – algumas com apenas quatro anos – transportam, à cabeça, cestos de pedras negras que pesam quase o mesmo que o seu próprio corpo. Colina acima, cobertas de fuligem, caminham em direcção ao local onde depositam o suado resultado do seu esforço. Uma tarefa monumental que remete para o castigo de Sísifo: diário, repetitivo, tortuoso.

 

“Inferno” foi a palavra que o fotógrafo indiano Supratim Bhattacharjee escolheu para descrever as minas de carvão de Jharia. E garante que não está exagerando. Este não é um lugar comum; afinal, aqui lavra, há mais de um século, um dos incêndios mais antigos do mundo. E, em simultâneo, outros 69 que, apesar de mais jovens, são igualmente nocivos. As chamas, o calor infernal e o esforço escravo compõem o retrato do local.

 

É com as próprias mãos, com recurso a picaretas e a força bruta, que as crianças de Jharia recolhem as pedras. O trabalho será convertido em menos de dois euros por dia. “A população é tão pobre que as crianças são forçadas a trabalhar e, ainda assim, sofrem de malnutrição”, explica o fotógrafo indiano. O dinheiro ganho por elas é trocado por arroz, a base da sua deficitária alimentação. “Colocar os filhos na escola é um sonho para os pais, nesta região.” É a pobreza destes, também trabalhadores da mina, que obriga as crianças a abdicar da escola. E é a iliteracia que as mantém “escravas” do carvão enquanto adultas. O ciclo é vicioso. E, sem intervenção, refere Supratim, é parca a esperança de ver algo mudar.

O carvão alimenta, mas mata devagar. “Aqui, a morte está presente todos os dias”, lamenta Supratim, em entrevista ao P3. Mortes por esmagamento, intoxicação e doença prolongada são as mais comuns. O fotógrafo indiano conhece a fundo esta realidade; a série de fotografias que criou, The Curse of Coal – “A Maldição do Carvão”, em tradução livre –, resulta de seis anos de trabalho. Gases tóxicos que estão presentes em grande densidade no ar da mina, como dióxido e monóxido de carbono, ou óxido de nitrogénio, são a causa de problemas pulmonares, dermatológicos, oftalmológicos. 

Existe uma larga parcela de trabalhadores da mina que se encontram em situação ilegal, grupo no qual se incluem todas as crianças. “Existem máfias que subcontratam, à força, estas pessoas, e ficam com grande parte do seu lucro diário”, explica o fotógrafo. Por esse motivo, a presença da polícia no local é frequente – e as crianças são o seu principal alvo. Não raramente são forçadas a fugir, deixando para trás o fruto da sua jorna. 

75% da electricidade que a Índia consome provém da combustão de carvão, o que torna o país num dos principais emissores de CO2 do planeta, a seguir à China e aos Estados Unidos. Apenas em Jharia são extraídas 32 milhões toneladas de carvão por ano e ainda existem, em reserva, cerca de 19,4 mil milhões de toneladas para extracção, pelo que não existe previsão de encerramento. “A situação piora de dia para dia”, afirma o fotógrafo. “A exploração laboral aumenta, os salários diminuem. As condições de salubridade deterioram-se, a doença é cada vez mais frequente.” É urgente uma intervenção externa. “Gostaria que o meu projecto chegasse a pessoas de todo o mundo e que alguém fizesse algo por estas pessoas.”

Fonte: P3

CARVÃO AQUI NÃO
Diga não ao carvão! Assine nossa petição:
https://campanhas.arayara.org/carvaoaquinao

Poluição do ar custa US$ 8 bilhões por dia

A poluição do ar causada pela queima de combustíveis fósseis está gerando perdas econômicas de US$ 8 bilhões por dia, segundo um relatório do Greenpeace.

O valor representa cerca de 3,3% do PIB global, ou US$ 2,9 trilhões por ano, de acordo com relatório do Greenpeace do Sudeste Asiático e do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo. China, EUA e Índia sofrem o maior impacto econômico da poluição crescente, estimados em US$ 900 bilhões, US$ 600 bilhões e US$ 150 bilhões por ano, respectivamente.

A poluição do ar continua prejudicando bilhões de pessoas diariamente, apesar dos esforços de alguns países e empresas para pressionar por um maior uso de energia renovável e combustíveis mais limpos.

A queima de carvão, petróleo e gás causa problemas de saúde, levando potencialmente a 4,5 milhões de mortes prematuras em todo o mundo a cada ano, com 40 mil crianças morrendo antes de 5 anos devido à exposição a partículas de poeira fina menores que 2,5 micrômetros, conhecidas como PM 2,5, disse o Greenpeace.

Fonte: Exame

2020 tem o janeiro mais quente da história, diz agência americana

Em 141 anos de medições da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês), nunca houve um janeiro tão quente como o de 2020.  É o 44º janeiro consecutivo em que o primeiro mês do ano registra temperatura acima da média e o 421º mês com temperatura acima da média para o século 20. 

A temperatura global (terra e oceano) ficou 1,14°C acima da média para o século 20, ultrapassando o recorde de janeiro de 2016 em 0,02°C.

Olhando os hemisférios separadamente, o Norte também teve o janeiro mais quente da história, com 1,5°C acima da média. Já o Sul registra o segundo no ranking. Com 0,78°C acima da média em 2020, fica atrás de janeiro de 2016. 

Outros eventos climáticos que apareceram no relatório da agência americana foram temperaturas recordes em partes de Escandinávia, Ásia, Oceano Índico, Oceano Pacífico central e ocidental, Oceano Atlântico e América Central e do Sul. 

Também chamou a atenção que a cobertura antártica de gelo marinho ficou 9,8% abaixo da média e empatou com janeiro de 2011 como o 10º menor.

Além disso, a cobertura de neve do Hemisfério Norte ficou abaixo da média de 1981-2010, com a 18ª menor em janeiro no recorde de 54 anos.

Fonte: GaúchaZH

Grandes petrolíferas lucraram quase 2 trilhões de dólares em três décadas

Grandes petrolíferas como a BP, Shell, Exxon e Chevron lucraram perto de dois trilhões de dólares durante as últimas três décadas, assegura o “The Guardian”. Os lucros são provenientes da exploração de reservas de petróleo, gás e carvão, que agora começam a ser escassas e a levar o planeta ao colapso climático.

De acordo com uma análise do ‘The Guardian’, realizada por especialistas dos EUA, o impacto da extração dos combustíveis já era conhecido em 1990 por líderes políticos e pela indústria, mas os lucros falaram mais alto, e em três décadas as quatro empresas já acumularam 1,991 trilhão de dólares em lucro.

A análise realizada pela entidade nos EUA mostrou que a Exxon foi a mais lucrativa nos anos em análise, perfazendo um total de 775,2 bilhões de dólares. Só durante a década de 2000-2009, a Exxon Mobil conseguiu lucrar 353 bilhões de dólares, enquanto nesta última década amealhou 285,2 bilhões de dólares.

A Shell ficou em segundo lugar como a mais lucrativa, com um total de 523,6 bilhões de dólares. O maior período lucrativo também verificou ser a década de 2000 a 2009, com um lucro de 239,8 bilhões de dólares.

Para o cientista climático Michael Mann, o impacto ambiental da extração de combustíveis fósseis na Austrália são exemplo para o mundo. “Aqui em Sydney, onde vimos recordes de secas, calor, incêndios e inundações, este relatório fornece uma lembrança preocupante de que estamos todos pagando o preço dessa exploração. Para que algumas empresas possam continuar a ter lucros gigantes, pagamos o preço através de uma crise climática”, afirmou.

Fonte: Jornal Economico

Concentração de CO2 atinge novo pico

A concentração de CO2 na atmosfera atingiu um novo pico: em um ano, passou de 411,97 para 416,08 ppm. O Observatório de Mauna Loa registrou, para este mês de janeiro, uma concentração média de 413,40 ppm contra 410,83 registrada em janeiro do ano passado. O Observatório faz parte da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) norte-americana.

“Se a humanidade quiser preservar um planeta parecido com aquele no qual a civilização se desenvolveu e com o qual a vida na Terra está adaptada, evidências paleoclimáticas e as mudanças climáticas em curso sugerem que o CO2 precisa ser reduzido dos [níveis atuais] a um máximo de 350 ppm”, alertou o Dr. James Hansen, ex-diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais e um dos mais respeitados climatologistas do mundo.

Fonte: 350.org