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Idosa de 95 anos vence o coronavírus e comove equipe médica

Idosa de 95 anos vence o coronavírus e comove equipe médica

O portal G1 traz uma ótima notícia: uma idosa de 95 anos foi a primeira paciente confirmada com o novo coronavírus a ter alta no Hospital dos Estivadores em Santos, no litoral de São Paulo. Ela saiu da unidade na noite da última quarta-feira (8) após uma semana de internação.

O período de internação foi tenso, pois a paciente tinha fortes sintomas da doença. No dia da alta, toda a equipe médica preparou uma surpresa para que o momento fosse especial: balões roxos e uma salva de palmas especial.

Segundo a Prefeitura de Santos, além da idosa, outras 54 pessoas com Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, tiveram alta na cidade.

O coronavírus veio de animais selvagens ou da criação industrial?

O coronavírus veio de animais selvagens ou da criação industrial?

A pandemia reacendeu as discussões sobre a origem dos perigosos vírus que, volta e meia, ameaçam a humanidade. Até agora, a maior parte dos pesquisadores apontava para o mercado de Wuhan onde, dentre outras, animais silvestres são comercializados. Pelas condições insalubres e a proximidade de animais e humanos, seria o local perfeito para um vírus sair de um animal e infectar alguém.

Mas vários artigos publicados nas últimas semanas mostram que a destruição humana de ecossistemas para mineração e agricultura está reduzindo os espaços para os animais e potencializando a transmissão de animais para humanos.

Nesta semana, artigo publicado no Grain aponta para um outro possível culpado. Partindo de estudos da estrutura do SARS-CoV-2, pesquisadores indicaram uma série de mamíferos que poderia transmitir o vírus: civetas, porcos, pangolins, gatos, vacas, búfalos, cabras e ovelhas. A lista ainda cita os pombos.

Enquanto a maioria dos pesquisadores e a mídia fala de morcegos e pangolins, o artigo diz que seria muito mais simples que o vírus evoluísse na concentrada criação de porcos do entorno de Wuhan – a província de Hubei é a 5ª maior produtora de porcos da China.

Visto que os porcos chineses enfrentaram a febre suína africana no ano passado, os autores acrescentam ser perfeitamente possível ao coronavírus se propagar sem que ninguém tivesse percebido.

Michael Taylor, da Reuters, escreve sobre um outro lado da moeda do coronavírus. Com medidas de isolamento em quase todo o Sudeste Asiático, a fiscalização do desmatamento deve enfraquecer ao longo dos próximos meses. Michael estima que haverá um aumento importante no desmatamento por lá neste ano.

Fonte: ClimaInfo

Alemanha marca o primeiro trimestre com mais de 50% de eletricidade renovável

Alemanha marca o primeiro trimestre com mais de 50% de eletricidade renovável

A Alemanha produziu mais da metade de sua eletricidade com energia renovável nos três primeiros meses de 2020. Isso representa um aumento de cerca de 44% no primeiro trimestre de 2019. Os números foram impulsionados pela produção recorde de energia eólica em fevereiro, produção solar extraordinariamente alta em março e uma queda no uso geral de energia ligada à crise do coronavírus.

Combinados com alta geração de energia renovável em 2019, os números colocaram a Alemanha no caminho certo para cumprir suas metas de energia verde para 2020, apesar de uma desaceleração geral na expansão de energia renovável.

Por causa dessas circunstâncias incomuns, o BDEW alertou que é muito cedo para projetar se os números podem continuar daqui para frente. “O desempenho das energias renováveis ​​é muito encorajador. No entanto, devemos sempre ter em mente que este é apenas o retrato de um momento e inclui muitos eventos pontuais”, disse o chefe do BDEW, Kerstin Andreae em um comunicado. O BDEW também observou que os números refletem várias mudanças políticas subjacentes, incluindo o desligamento de usinas nucleares e a carvão, que foram desativadas no final de 2019.

A Alemanha prometeu produzir 18% de seu consumo total de energia com energias renováveis ​​até o final do ano. “A meta de 18% de energia renovável da UE em 2020 está ao nosso alcance”, afirmou o Ministro da Economia, Peter Altmaier.

No geral, a Alemanha usou um total de 148 bilhões de quilowatts-hora (kWh) de eletricidade no primeiro trimestre de 2020, uma queda de cerca de 2% em relação ao mesmo período de 2019 (151 bilhões de kWh). As energias renováveis ​​representam 51,9% desse total.

A maioria da energia renovável da Alemanha veio de energia eólica onshore, que supriu 28,9% das necessidades de eletricidade do país, acima dos 23,7% no primeiro trimestre de 2019.

Andreae acrescentou que os formuladores de políticas deveriam incluir energia renovável em qualquer resposta à crise do coronavírus. “A difícil situação econômica intensifica ainda mais a pressão para agir: é preciso garantir que novos investimentos sejam feitos na expansão das energias renováveis ​​para garantir o suprimento de energia de amanhã”, afirmou.

Especialistas estão prevendo que a pandemia de coronavírus causará uma profunda queda econômica e menores emissões de carbono na Alemanha. As projeções mostram agora que, dependendo da duração da crise, a Alemanha poderia cumprir ou até superar sua meta original de 2020 de reduzir as emissões de carbono em 40% abaixo dos níveis de 1990 – uma meta que o governo havia dito anteriormente que esperava perder por uma ampla margem.

Estudo mostra falta transparência dos governos sobre o coronavírus

Estudo mostra falta transparência dos governos sobre o coronavírus

Avaliação da OKBR considerou conteúdo, formato e nível de detalhamento das informações divulgadas nos portais dos governos dos estados e do governo federal; 11 estados não publicam dados mínimos

Levantamento realizado pela Open Knowledge Brasil (OKBR), organização que atua na área de transparência e abertura de dados públicos, indica que 90% dos estados, incluindo o governo federal, ainda não publicam dados que permitam acompanhar em detalhes a disseminação da pandemia de Covid-19 pelo país. O Brasil registrou seu primeiro caso em 26 de fevereiro de 2020.

Apenas Pernambuco conta, atualmente, com um nível alto de transparência (com 81 pontos de um total de 100, pelos critérios da avaliação). Em seguida, Ceará (69) e Rio de Janeiro (64) também apresentam bom nível de informações, embora ainda haja pontos importantes a melhorar. 

Onze estados ainda precisam avançar na publicação de dados e foram considerados “opacos” com relação à Covid-19 – o nível dessa categoria vai de 0 a 19 pontos. 

Chama a atenção a ausência de informações sobre testes disponíveis nos estados: na data de coleta das informações, apenas um dos 28 entes avaliados informava esse dado. Outro dado relevante, ainda ausente, é a taxa de ocupação de leitos: nenhum estado conta quantos leitos (sobretudo de UTIs) estão ocupados, em relação ao total disponível

“Na última semana, alguns estados evoluíram muito rápido”, avalia Fernanda Campagnucci, diretora-executiva da OKBR. Ela cita especialmente Maranhão, Tocantins e Rio de Janeiro, que nos últimos dias passaram a fornecer informações detalhadas e em formatos abertos. 


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“É preciso reconhecer os esforços desses gestores, pois esses dados são fundamentais para que pesquisadores e jornalistas possam ajudar os governos a monitorar a crise e mesmo contribuir com soluções”, diz. 

Todas as avaliações foram enviadas com antecedência aos estados. Até o fechamento deste material, seis responderam: Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Maranhão e Santa Catarina. Nenhum contestou a pontuação. O Amazonas destacou que realiza transmissões ao vivo todos os dias para atualizar os dados, e que vai utilizar esta avaliação como parâmetro para aprimorar a maneira como os publica. 

“Esta avaliação busca apoiar os estados e o governo federal na melhoria da transparência”, explica Fernanda. “Como o Ministério da Saúde publica dados muito agregados e os estados não observam os mesmos parâmetros de publicação, há muita variação entre os estados. Isso pode prejudicar a comparação e dificultar o planejamento a infraestrutura de saúde necessária para lidar com a crise”, conclui.

Em seus boletins epidemiológicos, os estados também alertaram para as dificuldades que estão enfrentando desde o dia 27 de março, quando o Ministério da Saúde mudou o sistema nacional para registro de notificações. Rondônia, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Maranhão, por exemplo, afirmam que não conseguem obter dados detalhados por município nesta fase de transição.

A avaliação foi feita sobre as informações disponíveis na manhã de 2 de abril. Para refletir as melhorias feitas pelos estados, o índice será atualizado semanalmente.

Downloads:

Base de dados completa com a avaliação detalhada de cada ente.

Nota metodológica com o detalhamento dos critérios de avaliação.

Fonte: Knowledge Brasil

Idosa de 95 anos vence o coronavírus e comove equipe médica

Brasil tem milhões em grupo de risco para o coronavírus

Por Bianca Muniz, Bruno Fonseca, Agência Pública

Cerca de 3 mil internações por dia — essa é a média de hospitalizações no SUS de pessoas com doenças como pneumonia, diabetes e hipertensão. Segundo levantamento da Agência Pública, essas enfermidades levaram a mais de 1 milhão de internações na rede pública de saúde brasileira apenas em 2019, número que coloca milhares de brasileiros na faixa com maior risco para a infecção por coronavírus. E não se trata apenas de idosos: a maioria dessas hospitalizações (59%) envolveu pessoas com menos de 60 anos.

Além das internações, a reportagem contabilizou 83 mil mortes por essas condições no país em 2019 — cerca de 230 por dia. Para chegar a esses dados, a Pública levantou todas as internações e óbitos hospitalares em 2019 cuja causa principal foi tuberculose respiratória, pneumonia, asma, diabetes, obesidade, hipertensão e insuficiência renal.

O número total de brasileiros que estão no grupo de risco para o coronavírus na realidade é ainda maior, já que inclui também pessoas que foram atendidas em hospitais particulares e milhares de brasileiros que possuem doenças crônicas mal tratadas e não passaram pelos serviços de saúde.

Pneumonia causa 635 mil internações em um ano e mata 160 por dia

Pneumonias são a causa de internação mais comum no SUS dentre as condições que aumentam os riscos para infecções pelo coronavírus. Em 2019, foram mais de 635 mil hospitalizações no Brasil de pessoas com pneumonia — uma média de 1,7 mil por dia.

A quantidade de mortes também é alta: mais de 60 mil pessoas morreram no país por pneumonia apenas no ano passado, uma média de 160 mortes a cada dia. O número é quase 50% maior que a quantidade de pessoas que foram assassinadas no Brasil em 2019.

Como explica o professor do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense (UFF), Aluísio da Silva Junior, a infecção pelo coronavírus é muito agressiva aos pulmões, diminuindo sua capacidade respiratória. Doenças em que as vias aéreas inferiores já são prejudicadas, como a pneumonia, agravam o quadro de Covid-19 por possibilitar uma “sobreposição de problemas” e uma sobrecarga da resposta imune.

“Imagina se você já tem essa agressividade natural do vírus e ainda tem uma predisposição, então alguém com asma, alguém com bronquite, alguém com uma doença crônica pulmonar devido a fumar, uma enfisema, essas pessoas também vão sofrer muito mais”, comenta o professor.

A asma, doença pulmonar crônica, levou a 79 mil internações em 2019 no SUS. O número de óbitos, contudo, é baixo: foram 442 no ano, a maior parte de idosos.

Tuberculose reflete desigualdade: periferia e presos são os que mais sofrem

A tuberculose — que segundo o levantamento da Pública levou a 13 mil internações no SUS em 2019 — é uma doença que reflete as desigualdades sociais no Brasil. A média de tuberculose na Rocinha, no Rio, é 11 vezes maior que a média brasileira. Segundo levantamento da Públicapresos têm 35 vezes mais a doença que a população que está em liberdade.

Segundo o professor Vandack de Nobre Júnior, do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a alta prevalência da tuberculose em países mais desiguais é um reflexo das condições sociais e econômicas.

“A OMS publicou recentemente um guia de orientações para a necessidade dos países terem muita atenção e manterem os programas de cuidados básicos com essas condições de saúde e prevenção de doenças como tuberculose, a questão dos programas de vacinação e o próprio pré-natal, porque o receio é que o descuido em relação a essas condições ‘abra o terreno’ para a entrada da Covid-19 de uma maneira mais forte e você acabar tendo também um excesso de mortes ou de agravos a essas doenças”, comenta.

Diabetes e insuficiência renal levam a 20 mil mortes no ano

Após pneumonias, complicações causadas por diabetes foram a segunda maior causa de internação no SUS em 2019 dentre as doenças que aumentam risco para a Covid-19. Segundo dados do DataSUS, foram mais de 135 mil internações por diabetes em 2019, levando a 5,7 mil mortes. Já insuficiências renais — que podem estar relacionadas à diabetes — levaram a 121 mil internações e um número de 15 mil óbitos.

Sociedade Brasileira de Diabetes alertou que as pessoas com maiores chances de terem quadros graves por associação da Covid-19 com a diabetes são as “com longa história de diabetes, mau controle metabólico, presença de complicações e doenças concomitantes e especialmente os idosos”. Segundo a entidade, o risco de complicações para pessoas com diabetes bem controlado é menor. A recomendação é monitorar frequentemente a glicemia e ajustar medicações e insulinas apenas com orientação médica.

Hipertensão, uma das doenças que aumenta o risco para infecções por coronavírus, é mais frequente entre pessoas com menos escolaridade segundo Ministério da Saúde

Hipertensão atinge um a cada quatro brasileiros que vivem nas capitais

Outras duas situações que podem estar correlacionadas — a hipertensão e a obesidade — causaram juntas mais de 88 mil internações no SUS em 2019. Esse número representa mais de 243 hospitalizações por dia.

Segundo relatório divulgado pelo Ministério da Saúde, dentre as mortes confirmadas no Brasil por Covid-19, quase metade apresentava alguma doença cardiovascular, como a hipertensão. De acordo com pesquisa do Ministério, cerca de um a cada quatro brasileiros que vive em capitais possui hipertensão e a doença é mais frequente entre brasileiros com menor escolaridade.

A Sociedade Brasileira de Hipertensão chegou a divulgar nota em resposta ao pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro de 24 de março que criticou medidas de isolamento tomadas pelos governadores. No texto, a entidade reforçou que as medidas deveriam ser mantidas e que “os países que demoraram em tomar essas medidas têm sofrido maior número de casos e fatalidades”.

Doenças comuns em brasileiros colocam adultos e jovens no grupo de risco

De acordo com o Ministério da Saúde, a maior parte das mortes por Covid-19 envolveu pessoas com doenças cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias crônicas, hipertensão e pacientes com câncer com a imunidade reduzida. Apesar da maioria se concentrar em idosos, essas comorbidades colocam adultos, jovens e mesmo crianças no grupo de risco para infecções pelo coronavírus, que podem levar a mortes ou a quadros graves da doença, necessitando internações.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos alerta também o risco para obesos (com IMC acima de 40), quem tem doenças crônicas nos rins ou passa por diálise, pacientes com doenças no fígado e pessoas com outras condições que debilitam o sistema imunológico, como transplantes recentes de medula, AIDS ou que fazem uso prolongado de corticóides. O CDC ainda acrescenta que há discussão sobre o risco para grávidas e mulheres no pós-parto.

Como explica o professor da UFF, Aluísio da Silva Junior, as doenças consideradas fatores de risco para complicações nos casos de infecção pelo coronavírus tem algumas características comuns. “Todas essas doenças têm como componente comum a baixa de imunidade das pessoas e a dificuldade de resposta [imune] do organismo à agressões”, aponta.

Fatores sociais, como falta de saneamento, condições precárias de moradia e mesmo desigualdade de renda são considerados um agravante indireto nos caso de infecções pela Covid-19, como explica o professor adjunto da UFF, André Ricardo da Silva. “Pode ocorrer infecção [de pessoas] fora do grupo de risco, mas se ela mora com outras que apresentam um desses fatores [de risco], há mais chances delas se infectarem e o quadro evoluir para algo mais grave”. Ele também aponta que condições como desnutrição e falta de saneamento básico, mais comuns em populações vulneráveis, contribuem para uma saúde mais debilitada e, consequentemente, suscetível à complicações em uma infecção pelo coronavírus.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus, chama a atenção para o fato de que menores de 60 anos, além de serem os principais transmissores do coronavírus, não estão imunes a desenvolverem quadros graves da doença ou mesmo à morte. “Esta é uma doença séria. Embora as evidências sugiram que aqueles com mais de 60 anos correm maior risco, jovens, incluindo crianças, morreram”, afirmou.