+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org
ARAYARA, OPG, OCM, Idec, Inesc e outras 70 instituições requerem Reforma Tributária 3S – Saudável, Solidária e Sustentável

ARAYARA, OPG, OCM, Idec, Inesc e outras 70 instituições requerem Reforma Tributária 3S – Saudável, Solidária e Sustentável

Manifesto por uma Reforma Tributária 3S: Saudável, Solidária e Sustentável


Nós, organizações da sociedade civil subscrevendo esta carta, comprometidas com uma reforma tributária solidária, sustentável e saudável, acompanhamos com atenção a retomada da pauta das mudanças no sistema tributário brasileiro.

Esta é mais uma oportunidade para o Congresso Nacional cumprir com a sua responsabilidade de enfrentar desafios históricos relacionados à obscena desigualdade social brasileira. Assim, à luz do que dispõe a Constituição Federal de 1988, deve priorizar a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais, regionais, raciais e de gênero; o cumprimento de compromissos assumidos internacionalmente para o meio ambiente ecologicamente sustentável; a proteção da saúde da população brasileira.

A gravidade da crise humanitária que vivemos — e seus múltiplos efeitos — exige uma abordagem abrangente, que, a um só tempo, promova a saúde, proteja o meio ambiente e enfrente as desigualdades sociais. Com vistas a contribuir para a construção de um Brasil mais saudável, sustentável e solidário, defendemos a Reforma Tributária 3S – Saudável, Solidária e Sustentável. As propostas nessa linha visam, dentre outras medidas, desincentivar o consumo e a produção de produtos que causam males à saúde e ao meio ambiente e tornar mais progressivos os impostos sobre renda e patrimônio.

A atual discussão da reforma tributária, se conduzida com base nas melhores práticas internacionais e priorizando o interesse público, pode trazer enormes ganhos para as agendas de saúde e sustentabilidade. No entanto, é fundamental que o debate avance para além da simplificação da tributação sobre o consumo e também enfoque a taxação das altas rendas e grandes riquezas, protegendo o bem-estar da população, estimulando a atividade econômica, o desenvolvimento sustentável, assegurando sua competitividade e contribuindo para a redução de desigualdades.

Desta perspectiva, entendemos que um debate sobre a reforma tributária alinhado com a Constituição Federal de 1988 e os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil deve se pautar pelas seguintes diretrizes:

    • ⊛ a substituição dos mecanismos que promovem a concentração de riqueza por outros que permitam sua redistribuição, maior circulação e, consequentemente, impulso à atividade econômica; substituindo a atual lógica regressiva e criando um sistema tributário justo e progressivo;

 

    • ⊛ a redução da carga tributária para os mais pobres e a maior taxação das altas rendas e riquezas;
      a redistribuição das bases de incidência da tributação, reduzindo-se o peso dos tributos que incidem sobre o consumo, compensado pela majoração da tributação sobre altas rendas;

 

    • ⊛ o devido enfrentamento à evasão e à elisão fiscal que todos os anos roubam do país volumes financeiros necessários para sustentar políticas públicas;

 

    • ⊛ o desestímulo aos produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente, com a vinculação dos recursos arrecadados a políticas públicas de promoção da saúde e preservação do meio ambiente;

 

    • ⊛ a adoção de critérios para concessão e revisão de incentivos fiscais coerentes com a redução das desigualdades, a promoção da saúde e a sustentabilidade ambiental, e a consequente vedação de benefícios fiscais para produtos nocivos à saúde, que comprometem a vida e o bem-estar desta e das futuras gerações, como preconizam a Constituição Federal e a Agenda 2030.

 

 

Com base nesses princípios, disponibilizamos as seguintes propostas:

 

SAUDÁVEL

 

    • ⊛ Instituição de um tributo federal específico para alimentos ultraprocessados, álcool, tabaco e agrotóxicos com vistas a desestimular o consumo destes produtos nocivos à saúde. O tabagismo e a obesidade são consideradas epidemias globais pela Organização Mundial da Saúde (OMS), das quais decorrem sérios danos sociais e econômicos. Ademais, o consumo de tabaco e seus derivados, bebidas alcoólicas e de alimentos ultraprocessados são os principais fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), relacionadas à doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas, diabetes e câncer, responsáveis por mais de 70% das mortes no Brasil e no mundo todos os anos.

 

    • ⊛ A implementação de “tributos saudáveis”, que é uma maior tributação sobre produtos nocivos à saúde e que sobrecarregam o Sistema Único de Saúde (SUS) com o tratamento das doenças relacionadas ao seu consumo, é medida de saúde pública fundamental para o país.

 

    • ⊛ Por beneficiar prioritariamente as populações mais vulneráveis, essa tributação tem caráter progressivo e é recomendada pela OMS e pelo Banco Mundial como a melhor relação custo-benefício para a redução do consumo, doenças e mortes relacionadas.

 

    • ⊛ Adoção da vinculação dos recursos arrecadados para o SUS. A arrecadação oriunda da tributação de produtos não saudáveis também colabora com a urgente necessidade do governo federal em recompor o orçamento e manter o funcionamento do Estado, garantindo políticas públicas em setores vitais à população, como a própria saúde.
      Um estudo indicou que se a carga tributária do tabaco fosse elevada para 83%, as receitas fiscais poderiam somar R$ 5,4 bilhões por ano. Outro estudo mostrou que um aumento de 20% na tributação sobre bebidas açucaradas poderia gerar uma arrecadação de R$ 4,7 bilhões.

 

    • ⊛ Eliminação de subsídios concedidos aos setores relacionados à comercialização de produtos que causam malefícios à saúde.Relatório de 2018 revelou que a renúncia fiscal anual, especificamente para a indústria de refrigerantes, é da ordem de R$ 3,8 bilhões, considerando-se a alíquota de IPI de 20%, vigente até então. Os subsídios para os agrotóxicos podem superar R$ 14,53 bilhões por ano. Se produtos nocivos à saúde devem receber uma tributação maior e diferenciada, não faz sentido que recebam incentivos fiscais de qualquer ordem.

 

    • ⊛ Criação de estímulos fiscais para a produção e comercialização de alimentos saudáveis. O consumo de alimentos ultraprocessados foi responsável por 57 mil mortes em 2019. Apesar disso, esses alimentos recebem incentivos fiscais e, muitas vezes, compõem a cesta básica. Em São Paulo, por exemplo, a salsicha é um item presente na cesta básica e tem a mesma alíquota de ICMS do arroz e feijão (7%), o que também ocorre com o macarrão instantâneo na Bahia. Por isso, é fundamental que a reforma tributária possa corrigir estas distorções, reformulando a política da cesta básica de modo que esta reflita e estimule uma alimentação saudável e adequada.

 

Para mais informações sobre as propostas:
bit.ly/ReformaTributariaAFavorDaSaude

SOLIDÁRIA

    • ⊛ Mais progressividade, menos desigualdade social. A desigualdade social brasileira decorre, em grande medida, da injustiça fiscal. A carga tributária é mal distribuída, sendo elevada para as camadas de baixa renda e residual para as abastadas. Arrecada-se residualmente (e de maneira pouco progressiva) na forma de impostos sobre renda e riqueza da pessoa física; e excessivamente por tributos sobre o consumo que incidem proporcionalmente mais sobre a renda dos mais pobres.

 

    • ⊛ Redistribuição das bases de incidência da tributação. Nesse sentido, o cerne da Reforma Tributária brasileira é corrigir, simultaneamente, as assimetrias da tributação do consumo, da renda e riqueza, recalibrando a composição da carga tributária, reduzindo a parcela que incide sobre consumo e sobre a folha de pagamentos e ampliando os impostos sobre renda e riqueza.

 

    • ⊛ A Reforma Tributária deve ser ampla. Por essa razão, entende-se que a Reforma Tributária deveria ser ampla e capaz de enfrentar simultaneamente a totalidade dos problemas. Simplificar a tributação sobre o consumo é tarefa necessária. Mas, ao mesmo tempo é preciso redistribuir as bases de incidência da tributação, resgatando o grau de progressividade destes impostos.

 

    • ⊛ Os riscos da fragmentação. O “fatiamento” privilegia a simplificação do consumo, defendida pelas corporações econômicas. Dada a sua complexidade, corre-se o risco de adiar-se por longo período a Reforma do Imposto de Renda e da Riqueza – que não conta com o apoio das elites financeiras e empresariais.

 

    • ⊛ A Reforma Tributária nas diretrizes do Governo Lula/Alckimin. É importante sublinhar que o roteiro traçado pode se afastar das “Diretrizes para o programa de reconstrução e transformação do brasil 2023-2026”, onde se propõe “uma reforma tributária solidária, justa e sustentável, que simplifique tributos e em que os pobres paguem menos e os ricos paguem mais”[1]. Ressalte-se que “Reforma Tributária Solidária, Justa e Sustentável” citada no documento da coligação vencedora das eleições de 2022, refere-se à proposta de Reforma Tributária protocolada na Câmara dos Deputados por iniciativa das bancadas do PT, PC do B, PDT, PSB, PSOL e Rede (Emenda Substitutiva Global à PEC 45 de n. 178/2019).[2] Essa iniciativa surgiu como contraponto à ênfase exclusiva que tem sido dada à reforma do consumo. Seu cerne é redistribuir as bases de incidência dos tributos, entre consumo e altas rendas e riqueza.

 

    • ⊛ A Emenda Substitutiva Global à PEC 45 de n. 178/2019 foi subsidiada por projetos desenvolvidos, entre 2017 e 2019, pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP) e a Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (FENAFISCO) no âmbito do qual foram produzidos três documentos. O primeiro apresenta amplo diagnóstico[3] e o segundo faz propostas para mudar[4]. Em 2020, com a crise provocada pela Covid-19 foi elaborado novo documento, com mais parceiros, propondo-se medidas emergenciais[5].

 

    • ⊛ Tributação da Renda da Pessoa Física. A “Reforma Tributária Solidária, Justa e Sustentável” propõe a correção de mecanismos que conferem tratamento especial à renda dos mais ricos, com destaque para a não tributação da distribuição de lucros e dividendos aos sócios e acionistas, bem como do fato de a alíquota máxima do IRPF ser de, apenas, 27,5%.

 

    • ⊛ Tributação da Renda da Pessoa Jurídica. É necessário promover uma ampla revisão dos mecanismos que reduzem a base tributável, especialmente no caso do Regime de Lucro Presumido (que incide sobre faturamento); dos diversos mecanismos que criam brechas para planejamento tributário e para a utilização dos paraísos fiscais.

 

    • ⊛ Tributação da Riqueza e Patrimônio. A “Reforma Tributária Solidária, Justa e Sustentável” faz propostas para a regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) (aprovado na Constituição de 1988); para a ampliação da progressividade do Imposto Sobre a Herança (ITCMD); para o Imposto Territorial Rural (ITR); e para o Imposto Sobre Propriedade de Veículos (IPVA), ampliando-se a sua base de incidência para aeronaves e embarcações.

 

    • ⊛ Tributação Sobre Bens e Serviços e sobre a folha de pagamento. A “Reforma Tributária Solidária, Justa e Sustentável” reconhece a necessidade da simplificação da tributação sobre o consumo e faz propostas de mudança que caminham nessa direção. Também defende a mudança na tributação sobre a folha de pagamento, custo das empresas que é transferida para o consumo. Entretanto, defende a redução da carga tributária que incide sobre esses tributos, compensada pela majoração da carga incidente sobre a Renda e a Riqueza. Isso é fundamental para reduzir a injustiça fiscal, aumentando a progressividade tributária. Daí a necessidade de uma reforma ampla, não fragmentada.

 

    • ⊛ Financiamento da Proteção Social. Para evitar que esta mudança coloque em risco as fontes de financiamento da Educação e das políticas que integram a Seguridade Social, a “Reforma Tributária Solidária, Justa e Sustentável” prevê a readequação da estrutura de vinculações quanto a instituição de contribuições sociais que incidam sobre dividendos ou adicionalmente sobre altas rendas.

 

    • ⊛ Renúncias Fiscais e Combate à Sonegação. Por fim, a “Reforma Tributária Solidária, Justa e Sustentável” recomenda a elaboração de legislação específica para ampliar a transparência, efetividade e eficácia dos “gastos tributários” e fortalecer a Administração Tributária pela adoção de instrumentos mais eficazes de combate a evasão, a sonegação e o planejamento tributário abusivo, dentre outros pontos.

[1] DIRETRIZES PARA O PROGRAMA DE RECONSTRUÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DO BRASIL 2023 2026, página 17. pt.org.br/baixe-aqui-as-diretrizes-do-programa-de-governo-de-lula-e-alckmin
[2]camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2223716
[3] ANFIP/FENAFISCO (2018-A) A Reforma Tributária Necessária: diagnóstico e premissas / Eduardo Fagnani (organizador). Brasília: ANFIP: FENAFISCO: São Paulo: Plataforma Política Social, 2018. 804 p.
plataformapoliticasocial.com.br/a-reforma-tributaria-necessaria
[4] ANFIP/FENAFISCO (2018-B) A Reforma Tributária Necessária: Justiça Fiscal é Possível: Subsídios para o Debate Democrático sobre o Novo Desenho da Tributação Brasileira / Eduardo Fagnani (organizador). Brasília: ANFIP: FENAFISCO: São Paulo: Plataforma Política Social, 2018. 152 p.
plataformapoliticasocial.com.br/wp-content/uploads/2018/12/Livro_completo.pdf[5] ANFIP/FENAFISCO E OUTROS (2020) Tributar os super-ricos para reconstruir o País.
plataformapoliticasocial.com.br/tributar-os-super-ricos-para-reconstruir-o-paisMais subsídios sobre as propostas:
plataformapoliticasocial.com.br
plataformaosc.org.br

 

SUSTENTÁVEL

 

    • ⊛ Garantir princípios socioambientais no regime tributário. Assegurar que a atual reforma do Sistema Tributário Nacional esteja em consonância com princípios socioambientais sustentáveis e com os dispositivos Constitucionais já consagrados nesse sentido. Os princípios a serem integrados são os da prevenção, poluidor-pagador e do protetor-recebedor. A harmonização entre eles se dará pelo tratamento tributário diferenciado conforme o impacto ambiental e climático.

 

    • ⊛ Melhorar a governança climática e socioambiental local – IBS Ecológico. Criar mecanismos, no âmbito dos recursos captados pelo imposto sobre bens e serviços, de compensação e transferência financeira aos municípios (inspirado no ICMS Ecológico) que estimulem bons resultados em governança climática e socioambiental local, considerando: indicadores de biodiversidade (terras indígenas, unidades de conservação e remanescente de vegetação nativa), melhorias nos indicadores de saneamento e gestão de resíduos sólidos, e desempenho na gestão, mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

 

    • ⊛ Fomentar o desenvolvimento regional sustentável. Incentivar com a criação de um Fundo, o desenvolvimento regional sustentável, o combate às desigualdades sociais e regionais e a integração nacional por meio do fomento direto a atividades produtivas ou investimentos em infraestrutura econômica sustentáveis e convergentes com a política nacional de mudanças do clima, e que beneficiem povos indígenas, populações tradicionais locais, pequenos e microempreendedores e agricultores familiares.

 

    • ⊛ Garantir a plena municipalização do ITR e com a CIDE Uso do Solo incentivar o uso produtivo e sustentável da terra. Adaptar o atual ITR conferindo a ele função arrecadatória para os municípios e instituir a CIDE Uso do Solo, com função extrafiscal (sem função arrecadatória) para desestimular o uso improdutivo e insustentável do solo rural.

 

    • ⊛ Transformar a CIDE Combustíveis em CIDE Carbono ou CIDE Ambiental. Melhorar a amplitude, a incidência e a efetividade da CIDE, visando combater a emissão de poluentes, defender o meio ambiente e assegurar estabilidade climática, em atenção ao inciso VI do artigo 170 e ao artigo 225 da Constituição.

 

    • ⊛ Especificar externalidades ambientais para cobrança do imposto. Aprimorar a proposta do imposto seletivo federal, explicitando a incidência sobre externalidades ambientais. Assim, a lei que regulamentará o imposto poderá garantir sua incidência seletiva sobre produtos e serviços que, imensuravelmente, prejudiquem ou possam prejudicar a saúde, o bem-estar da população, o clima ou o meio ambiente ecologicamente equilibrado.

 

    • ⊛ Compensar a tributação sobre atividades econômicas verdes. Assegurar que seja dado tratamento diferenciado a produtores e prestadores de serviços que contribuam efetivamente com o clima e a sustentabilidade no Brasil, mediante a devolução parcial do IBS pago por atividades consideradas, em regulamentação da lei, como “verdes” ou sustentáveis (com a criação de um Cadastro Nacional de Atividades Verdes – “CNAE Verde”.

 

    • ⊛ Vedar a concessão de benefícios a atividades intensamente poluentes e nocivas à saúde (inclusive agrotóxicos).Garantir a premissa de que não serão concedidos benefícios fiscais e incentivos a atividades altamente emissoras de carbono no Brasil, assim como aquelas comprovadamente tóxicas, mediante vedação expressa na Constituição Federal.

 

    • ⊛ Revisar e reduzir gradualmente os subsídios a atividades poluentes. Eliminar com prazos diferenciados e progressivos os incentivos concedidos a setores sem consonância com políticas florestais, climáticas e socioambientais nacionais e internacionais, ou seja, aqueles mais intensivos em emissões de carbono, principalmente os subsídios aos combustíveis fósseis.Mais subsídios sobre as propostas:
      estafaltandoverde.org.br

 

Organizações Signatárias

Até dia 28/03/2023
Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia – Abrale
ACT Promoção da Saúde
ActionAid
Aliança para Alimentação Adequada e Saudável
AMAR Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária
Associação dos Auditores Fiscais da Receita Federal – ANFIP
Articulação para o Monitoramento dos Direitos Humanos
Associação Brasileira de Saúde Coletiva
ACD Associação Carioca dos Diabéticos
Associação de pequenos produtores rurais nova era
Associação Alternativa Terrazul
Associação Slow Food do Brasil
Alianima
Banquetaço
Biostatera Consultoria, Assessoria e Gestão Ambiental
Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social
Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância
Centro Palmares de Estudos e Assessoria por Direitos
COESUS Coalizão Não Fracking Brasil
Coletivo de Assessoria Cirandas
Comitê Estudantil da Associação Brasileira de Enfermagem – Seção Minas Gerais
Comitê Gaúcho de Ação da Cidadania
Conselho Federal de Economia
Conselho Regional de Nutricionistas da 10ª Região
Elo de Valores
Fórum da Amazônia Oriental – FAOR
Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais – FBOMS
Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital – FENAFISCO
FIAN Brasil
Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional
Fórum Reg. de Economia Solidária e Cultura Popular do Norte e Noroeste Fluminense
Fórum dos Presidentes dos Conselhos Reg. de Nutricionistas
Fundación Avina
Gestos
GT Agenda 2030
Instituto Akatu
Instituto ARAYARA
Instituto Brasil Orgânico
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – Idec
Instituto Clima de Eleição
Instituto Paul Singer
Instituto Desiderata
Instituto Democracia e Sustentabilidade – IDS
Instituto Envolverde
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
Instituto de Estudos Socioeconômicos – INESC
Instituto Sociedade, População e Natureza
Instituto SeFaz
Instituto Sociedade, População e Natureza – ISPN
Instituto Terroá
Laboratório de Nutrição em Saúde Pública
Laboratório de Políticas Públicas e Planej. Educacional – LAPPLANE
Laboratório de Vida Ativa – LAVA UERJ
Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais
Movimento pela Saúde dos Povos Brasil
Movimento Todos Juntos Contra o Câncer
Movimento Urbano de Agroecologia MUDA
Núcleo de Pesquisa de Nutrição em Produção de Refeições da Universidade Federal de Santa Catarina – NUPPRE-UFSC
Observatório Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição – UnB
OCM Observatório do Carvão Mineral
OPG Observatório do Petróleo E Gás
Rede de Mulheres Negras para Soberania e segurança Alimentar e Nutricional RedeSSAN
Santa Food
Sindicato dos Nutricionistas do Estado de São Paulo
Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia
Pé de Feijão
Oxfam Brasil
TOXISPHERA Associação de Saúde Ambiental
Transparência Brasil
WWF Brasil

Apoie a proposta!
Instituto Arayara Capacita Jovens de Santa Catarina para Lidar com os Desafios da Transição Energética

Instituto Arayara Capacita Jovens de Santa Catarina para Lidar com os Desafios da Transição Energética

Evento pioneiro reúne jovens ativistas para aprofundar conhecimentos sobre energia renovável e promover mudanças sustentáveis.

 

Santa Catarina – No cenário deslumbrante de Santa Catarina, um movimento promissor vem tomando forma. O Instituto Arayara, uma organização conhecida por sua atuação em prol da justiça socioambiental, realizou um evento que está redefinindo o papel dos jovens na condução da transição energética. Durante o último final de semana, a capacitação reuniu jovens de diversas localidades do estado para debater e se preparar para liderar a mudança em direção a um sistema energético mais limpo e igualitário.
Uma Abordagem Urgente para um Problema Global

Diante das crescentes preocupações com as mudanças climáticas e busca por fontes de energia, a transição energética se tornou uma questão globalmente importante. Santa Catarina, apesar de sua beleza natural, enfrenta desafios experimentados em sua matriz energética. A dependência de combustíveis fósseis e a exploração excessiva dos recursos naturais têm acarretado impactos ambientais e sociais, motivando a necessidade de uma mudança radical.

Formando Líderes para um Futuro Sustentável
O programa de capacitação organizado pelo Instituto Arayara tinha um propósito claro: capacitar e empoderar jovens catarinenses para liderar a transição energética justa. O evento apresentou uma plataforma para workshops, palestras e atividades práticas, abrangendo desde os princípios básicos das energias renováveis ​​até estratégias avançadas de advocacia e sensibilização pública.

Pilares do Evento
Workshops Esclarecedores: Especialistas experientes compartilharam conhecimentos e insights sobre fontes de energia renovável, economia verde e integração da justiça social na transição energética.
Histórias que Inspiraram: Jovens ativistas locais, verdadeiros agentes de mudança, compartilharam suas trajetórias e experiências na adesão de suas comunidades em prol de soluções energéticas sustentáveis.
Conexões Estratégicas: O evento incentivou a formação de uma rede de contatos entre os jovens participantes, promovendo uma colaboração e planejamento de conjuntos de projetos.
Ação Prática: Os participantes tiveram a oportunidade de vivenciar na prática o que aprenderam, por meio de visitas a projetos de energia renovável local.

A capacitação realizada pelo Instituto Arayara sinaliza um ponto de virada na capacitação de jovens líderes em Santa Catarina. A nova geração está sendo preparada para enfrentar os desafios energéticos de maneira proativa, com olhos voltados para um futuro no qual a energia é limpa, justa e acessível a todos.

Em um momento crucial para a luta contra as mudanças climáticas, a capacitação formada pelo Instituto Arayara assume um papel de destaque. Ao fornecer ferramentas e conhecimentos, a organização está pavimentando o caminho para que os jovens catarinenses se tornem defensores da transição energética, garantindo um futuro mais sustentável para as gerações vindouras.

Instituto Arayara Capacita Jovens de Santa Catarina para Lidar com os Desafios da Transição Energética

El Instituto Arayara forma a jóvenes de Santa Catarina para afrontar los retos de la transición energética

Un evento pionero reúne a jóvenes activistas para profundizar sus conocimientos sobre energías renovables y promover un cambio sostenible.

 

Santa Catarina – En el impresionante paisaje de Santa Catarina, está tomando forma un movimiento prometedor. El Instituto Arayara, organización conocida por su trabajo por la justicia socioambiental, celebró un evento que está redefiniendo el papel de los jóvenes en el impulso de la transición energética. Durante el pasado fin de semana, la formación reunió a jóvenes de distintas partes del Estado para debatir y prepararse para liderar el cambio hacia un sistema energético más limpio e igualitario.

Un enfoque urgente para un problema global

 

Ante la creciente preocupación por el cambio climático y la búsqueda de fuentes de energía, la transición energética se ha convertido en una cuestión de importancia mundial. Santa Catarina, a pesar de su belleza natural, se enfrenta a retos experimentados en su matriz energética. La dependencia de los combustibles fósiles y la sobreexplotación de los recursos naturales han provocado impactos ambientales y sociales, lo que hace necesario un cambio radical.

 

Formar líderes para un futuro sostenible

El programa de formación organizado por el Instituto Arayara tenía un objetivo claro: formar y capacitar a los jóvenes de Santa Catarina para liderar la transición energética justa. El evento presentó una plataforma de talleres, conferencias y actividades prácticas, que abarcaban desde los principios básicos de las energías renovables hasta estrategias avanzadas de promoción y concienciación pública.

 

Pilares del evento

Talleres esclarecedores: expertos experimentados compartieron conocimientos y puntos de vista sobre las fuentes de energía renovables, la economía verde y la integración de la justicia social en la transición energética.

Historias que inspiran: Jóvenes activistas locales, auténticos agentes del cambio, compartieron sus trayectorias y experiencias a la hora de movilizar a sus comunidades en favor de soluciones energéticas sostenibles.

Conexiones estratégicas: El acto fomentó la creación de redes entre los jóvenes participantes, promoviendo la colaboración y la planificación conjunta de proyectos.

Acción práctica: Los participantes tuvieron la oportunidad de poner en práctica lo aprendido visitando proyectos locales de energías renovables.

 

La formación impartida por el Instituto Arayara marca un punto de inflexión en la formación de jóvenes líderes en Santa Catarina. La nueva generación está siendo preparada para afrontar los retos energéticos de forma proactiva, con la vista puesta en un futuro en el que la energía sea limpia, justa y accesible para todos.

 

En un momento crucial de la lucha contra el cambio climático, la formación impartida por el Instituto Arayara está desempeñando un papel clave. Al proporcionar herramientas y conocimientos, la organización está allanando el camino para que los jóvenes de Santa Catarina se conviertan en defensores de la transición energética, garantizando un futuro más sostenible para las generaciones venideras.

Europa cria ‘selo verde’ para priorizar investimento em atividades sustentáveis

Europa cria ‘selo verde’ para priorizar investimento em atividades sustentáveis

O Parlamento Europeu aprovou nesta quinta (18) novas regras para determinar se uma atividade econômica é ambientalmente sustentável. O “selo verde” será atribuído a empresas e projetos, e deve guiar investimentos públicos na União Europeia.

Outro objetivo é que qualquer investidor, pessoa física ou jurídica, saiba se seu dinheiro está sendo aplicado em atividades que colaboram para a preservação do ambiente ou a prejudicam.

A legislação estabelece cinco objetivos ambientais, e a atividade recebe o “selo verde” se contribuir para pelo menos um deles sem prejudicar significativamente nenhum dos outros.

Os objetivos que precisam ser atendidos são 1) redução das mudanças climáticas ou adaptação a elas, 2) uso sustentável e proteção dos recursos hídricos e marinhos, 3) transição para a economia circular (incluindo prevenção de resíduos), 4) prevenção e controle da poluição e 5) proteção e restauração da biodiversidade e dos ecossistemas.

A lei também pretende coibir o chamado “greenwashing”, prática de fornecer informações falsas sobre produtos ou atividades (como, por exemplo, afirmar que usa produtos reciclados, consome menos energia ou promove biodiversidade).

“Todos os produtos financeiros que afirmam ser sustentáveis terão que provar isso seguindo critérios rigorosos”, afirmou o relator do Comitê de Assuntos Econômicos, o eurodeputado pela Holanda Bas Eickhout, do Partido Verde.

Embora a lei entre em vigor assim que publicada, os critérios específicos para o primeiro objetivo devem estar prontos só no final deste ano, e os outros quatro, no final de 2021.

A legislação também vai permitir que a Comissão Europeia (Poder Executivo da UE) defina que atividades são prejudiciais ao ambiente.

“A eliminação de investimentos nessas atividades é tão importante quanto o incentivo às consideradas sustentáveis”, disse Eickhout após a aprovação da lei. Pelo texto, a classificação de atividades daninhas deve ser feita até dezembro de 2021.

Embora as regras tenham sido propostas ao Parlamento em 2018, a pandemia de coronavírus deu impulso à pressão de ambientalistas para que ela se transformasse em lei.

Os eurodeputados aprovaram também uma resolução pedindo que os 560 bilhões de euros (cerca de R$ 3,25 trilhões) previstos para investimento na recuperação da crise do coronavírus tenham como prioridade atividades sustentáveis.

Além disso, a Comissão Europeia estima que o bloco precisa de cerca de 260 bilhões de euros por ano (cerca de R$ 1,51 trilhão anual) em investimentos extras para atingir suas metas climáticas e energéticas para 2030 (o objetivo final é ser neutra na liberação de gás-carbônico para a atmosfera até 2050).

Além da Comissão e do Parlamento, empresas financeiras apoiaram a ideia de priorizar o investimento em atividades ambientalmente responsáveis.

À agência Reuters, a chefe global de administração e políticas do BNP Paribas Asset Management, Helena Viñes Fiestas, disse que a reconstrução pós-pandemia não deve incentivar projetos poluidores.

“Acabará custando aos contribuintes o dobro do valor”, uma vez que eles precisariam ser substituídos no longo prazo, segundo ela.

Para a principal negociadora do Comitê de Meio Ambiente, a eurodeputada finlandesa Sirpa Pietikainen, do bloco de centro-direita liberal PPE, “a taxonomia do investimento sustentável é provavelmente o desenvolvimento mais importante para o setor financeiro desde a contabilidade. Será um divisor de águas na luta contra as mudanças climáticas”.

Atividades consideradas incompatíveis com a neutralidade climática, mas necessárias na transição passarão a receber o rótulo de “facilitadoras”.

A categoria foi criada para acomodar combustíveis como gás e energia nuclear, por exemplo -políticos ambientalistas se opunham a que o selo verde fosse dado à energia nuclear, ainda que ela não gere carbono.

Para receber o rótulo, porém, será preciso atingir o melhor padrão de seu setor de atuação no que se refere à emissão de carbono.

Segundo o comissário europeu responsável pelo sistema financeiro, Valdis Dombrovskis, o regulamento aprovado nesta quinta é o primeiro sistema de classificação de atividades econômicas ambientalmente sustentáveis no mundo e deve dar impulso a investimentos verdes.

A consultora e co-presidente do International Resource Panel (ligado à ONU) Izabella Teixeira acredita que a legislação europeia deve canalizar para atividades sustentáveis o dinheiro de grandes fundos interessados em associar sua atuação ao combate das alterações climáticas.

A ex-ministra do Meio Ambiente considera que a União Europeia foi ousada e deve, no médio prazo, influenciar outros países e blocos econômicos com os quais tem parceria comercial ou de investimentos.

O detalhamento dos critérios para obter o “selo verde” será feito por até 57 especialistas do setor público e privado, incluindo representantes da sociedade civil, universidades, institutos de pesquisa e associações empresariais. Farão parte também a Agência Europeia do Ambiente e o Banco Europeu de Investimento.

Fonte: Folha Press

Green Economy: entenda por que esse é o futuro do capitalismo

No Fórum Econômico Mundial, que acontece em Davos, na Suíça, um dos pontos mais discutidos, surpreendentemente, tem envolvido as mudanças climáticas, as declarações da ativista Greta Thunberg e o fim do uso e exploração dos combustíveis fósseis. Em função dessas discussões, China e boa parte dos países da União Europeia, têm falado muito no que chamamos de “Green Economy” ou “capitalismo verde”. Com as discussões em Davos, o mercado financeiro e as bolsas de valores serão muito impactados nos próximos tempos.

Para entender

Hoje, o plástico está em praticamente tudo. Mas você lembra quando aconteceu a entrada do plástico no seu dia a dia? E quando o mundo começou a discutir o fim do uso dos canudinhos e copos plásticos? Difícil precisar as datas, né?

O mesmo deve acontecer com a Green Economy. Em pouco tempo pessoas do mundo inteiro passarão a questionar a origem dos produtos que consomem. A empresa polui? Há plástico sendo vendido e consumido? A empresa responsável pelo produto tem ações voltadas à proteção do meio ambiente? Sua linha de produção utiliza combustíveis fósseis ou usa energia limpa? Eles respeitam os direitos humanos?

Toda mudança gera turbulência. Não será diferente com a Green Economy. Mas uma coisa é certa: o futuro do capitalismo, das sociedades e das gerações vindouras está diretamente à economia verde (apesar de governos lobby da indústria fóssil e outras mais).

Você pode começar desde já!